Amo, parte II

Já nos nesse maravilhoso sul cheio de ares pastoris, chegou onde o mundo resolvera se encontrar, e ali, naquela multidão, ao invés de se sentir aliviada, sentiu-se só.
Em suas andanças para comer e comprar souvenirs viu as pessoas e suas incertezas, alegrias e determinação apenas no olhar e imaginou que tudo podia ser diferente. Em um último esforço, tentou chegar ao seu amor, mas sentiu seu chão sumir quando do outro lado do telefona ouviu a voz dela... Assim, decidiu que faria daqueles dias um novo começo, mesmo que isso lhe custasse ainda mais lágrimas, as mesmas que o inglês (mais tarde um grande colega) viu do outro lado da rua.

Onde o mundo se encontrou

A partir dali fez sol todos os dias. Sentada, observando novamente como eram engraçados os estrangeiros em seu país, assustou-se com aquele moço que veio do nada:


- Speak portuguese?
- Yeah.
- Eu também...


No primeiro momento sentiu raiva, no segundo confusão e num terceiro achou graça daquela situação tão incomum. Momentos depois da primeira conversa, já feitas as apresentações, sentados, falavam sobre as dores do mundo, da loucura do 11 de setembro, de poesia, da vida. Ela olhou para si e percebeu que pela primeira vez em muito tempo, conseguira conversar com alguém sem que todos os seus sentimentos a deixasse fora de seu corpo, aquém de tudo o que já havia aprendido.
As noites frescas do sul são um convite tentador as festas ao ar livre. Junto com seu grupo, decidiram que aquela noite poderiam sim saborear uma boa música cubana. E assim aconteceu, uma maravilhosa celebração onde todos eram verdadeiramente iguais. Quando se há música as pessoas sempre tendem a libertar o melhor  de si.
O moço, novamente apareceu, e desta vez, ela o recebeu com um largo sorriso, dançaram, beberam, festejaram a beleza daquele encontro. Quando finalmente se beijaram, pela primeira vez, ela conseguiu esquecer o motivo pelo qual ela decidiu sair de seu mundo, e a dor parou.
O que se passou depois, não foram dias daquele amor puro que tinha vivido tempos atrás. Foram dias em que ela encontrou uma nova forma de olhar o sol, um novo jeito de olhar para as outras pessoas, uma nova forma de analisar tudo o que acontecera até o momento daquele encontro.


Um dia, já em sua casa, olhava a lua pela janela do quarto e percebeu que se apaixonava mais uma vez...