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domingo

Histórias Urbanas - Capítulo I



Naquelas noites frias de princípio de inverno, ela preferia caminhar pelas ruelas tranquilas, para sentir o vazio e o silêncio. Manteve sua rotina sem perceber, que ele todo dia ia para a sacada, na mesma hora, sentava em uma cadeira semi escondida atrás de uma planta e fingia ler um livro de capas já surradas.

Ele esperava ansiosamente o momento que ela atravessava a rua e entrava pelo portão.As janelas estavam sempre abertas com as cortinas que nunca paravam, o que deixava o espetáculo ainda mais divertido. Contava os cinco minutos que levava para que ela chegasse no terceiro andar e olhava, paralisado todos os seus movimentos e quando ela ligava a música, mesmo sem ouvir, ele podia sentir toda a vibração, podia ver cada arrepio, cada veia de seu corpo pulsando sem parar. Respirava fundo e dava-se conta de que várias vezes ultrapassava o limite que ele próprio impusera.
Ela estava cansada. Cansada de chegar e encontrar apenas sombras na solidão daquela casa. Então acendia as velas, o incenso, colocava aquela música suave que a ajudava relaxar em um dia estressante. Ao som da música, despia-se, como se outras mãos percorressem seu corpo desde seu pescoço até linha de sua cintura. Tocava seus seios ainda vestidos. Sentia-se desejada, pois o toque de sua pele era macio e suave. Tirava o sutiã e sentia os bicos dos seus peitos enrijecerem. Mordia o lábio inferior jogando a cabeça para trás quase que num riso de deboche de seu próprio desejo. Se jogou no sofá, viu duas taças e uma garrafa de vinho sobre a mesa. Encheu uma até a metade e saboreou o primeiro gole...
Ele não conseguia respirar enquanto olhava para sua beleza. A noite chegava e ele sentia-se mais confortável por olhar mais a vontade para aquele ritual magnífico. O jogo que as cortinas faziam o deixava ora ansioso, ora frustrado, mas de nenhuma maneira podia deixar de estar ali, quando ela estava toda para ele. Ventava e seus pelos se eriçavam. Colocou seu livro  de lado e percebeu que já estava excitado. E não resistiu ao tocar-se, deu um suspiro fundo imaginando aqueles peitos ao seu alcance. Pode até sentir o cheiro dos cabelos daquela mulher que o deixava completamente atordoado. Levantou-se, ninguém mais o veria se ele apagasse as luzes do seu apartamento, ela tão pouco. Segurou com força no parapeito imaginando suas mãos percorrendo aquelas costas, tendo total domínio sobre aquele corpo dotado de luxúria...
Ela sentia o sabor a cada gole e como uma ninfa fazendo seu número de sedução, derramou o vinho sobre seu corpo. Passou os dedos delicadamente sobre cada parte em que a bebida alcançara. Queria sentir algo quente deslizando e saboreando a taça que era seu corpo, mas manteve-se impassível quando colocou as mão por dentro da calça e percebeu o quanto estava molhada...
Ele não pôde piscar, para que aquela imagem ficasse para sempre guardada. Sim, ela agora buscava se satisfazer, e de uma maneira que ele nunca pode desfrutar pois a mesma janela que o convidava, muitas vezes o proibira de vê-la no seu momento de entrega ao prazer. Sentou-se e quase que simultaneamente colocou a mão dentro da calça para relaxar...
Ela tirou sua calça e começou a fazer brincadeiras com sua própria calcinha. Passava os dedos para cima e para baixo, fazia movimentos circulares sem quase tocar no tecido. A vontade de ser dominada tomava seu corpo, aquela tortura a deixava cada vez mais excitada, cada vez mais...
Ele já abrira as pernas e tentava controlar a compulsividade com que se tocava naquele momento. Imaginava as mãos daquela mulher percorrendo seu corpo, sua boca quente lhe tirando o fôlego, sua pele macia em contato com a dele. Era forte demais e ele não podia parar...
Ela puxou a calcinha para o lado e abriu as pernas oferecendo todo seu prazer. Os seus dedos já sabiam qual o caminho certo e se policiou para que tudo não acabasse rápido demais. Pensou nos homens com quem dormira e tudo o que gostava que eles fizessem. Se entregou então totalmente ao seu próprio prazer, entrando em um inevitável e incontrolável frenesi...
 Ele já não podia mais controlar-se. Olhou uma última vez e fechou os olhos fazendo com que aquela imagem se transformasse em seu maior desejo naquele minuto...
Sentiram como se estivessem fora de seus corpos, sentiram a paz e a recompensa que logo foram substituídas pela respiração ofegante e a frustração.
Ela deitou, olhou para o teto branco, e ficou a pensar nos problemas que teria que enfrentar amanhã.
Ele deu uma última olhada, recolheu seu livro e foi tomar uma ducha bem quente. Não conseguia pensar em nada.

4 comentários:

  1. uau......


    sem palavras

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  2. Nossa Uauuuu... tipo assim, louca pra ler o capitulo 2 ^^

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  3. nas vc tá ficando especialista hein!

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  4. Surpreendente. Descrição cinematográfica e delineamento textual preciso. Na minha humilde e parca opinião, só achei o descritivo longo, mas dentro do contexto que impregna o sensual a métrica é quase perfeita. Gostei muito.

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